domingo, 4 de março de 2012

Bárbara

Bárbara

Sou capitão do exército romano.
Entreguei minha vida a Cesar.
A partir de então não temo a morte
E não perco meu tempo com tolices
Como amor e os demais sentimentos.

Contudo, percebi meus sentidos esmiuçar-se
Quando um deslize cometi.

Era manhã dominical.
Eu liderando uma tropa de guerreiros,
Voltávamos para nossa pátria pela floresta.
Nesta mesma manhã
Havíamos nos consagrado vitoriosos
Em um duelo contra bárbaros vizinhos de fronteira.
Havíamos dizimado seu exército e seu povoado.
A maior parte dos soldados estavam feridos.
Na floresta os raios de sol transpassavam
As frestas não preenchidas pelas folhas que estavam na copa das arvores,
Acrescentando beleza as flores que amarelas
Estavam devido à estação.
Um fecho luminoso apontava um local no solo encoberto por folhas,
Fixei meu olhar naquele lugar.
Quando cheguei perto do dito local,
Uma mulher saltou de debaixo das folhas
Em direção ao meu cavalo
Que assustado empinou me derrubando no chão.
Habilmente imobilizei a moça
Que instantaneamente imobilizou meu coração.
Eu a levei como prisioneira,
Mas confesso que não consegui retirar meus olhos daqueles olhos.
Sua pele era alva, seus cabelos negros, altura mediana
E olhos que me diziam palavras hostis.
A noite caiu, levantamos acampamento.
Meus olhos fechados não evitavam que meus
Pensamentos girassem como uma criança hiperativa.
Ouvi um barulho do impacto entre metais,
Saí imediatamente da tenda para conferir...
Foi quando me deparei com a bela bárbara
Tentando livrar-se das correntes.
Meus olhos a fitaram por eternos minutos,
Meus pés começaram a mover-se.
Enquanto me aproximava,
A prisioneira proferia palavras em tons ríspidos
E em um dialeto que eu não compreendia...
Mesmo se compreendesse não causaria efeitos,
Pois estava me movendo guiado por seus lábios.
Minhas mãos seguraram firmemente em seus braços...
Meus lábios lentamente se aproximaram dos seus lábios...
Inevitavelmente a beijei.
Suas mãos acorrentadas tiraram minha couraça
E seu fôlego indiscreto ascendeu à centelha de desejo
Que guardado estava há anos.
Senti suas mãos deslizando por minha cintura
Discretamente como sombra de fumaça,
Pegou a chave que estava no meu coldre
E gatunamente se destrancou.
Senti que ela prolongou o beijo,
Mas de repente ela virou-se e fugiu.
Eu passei o restante da noite ali sentado
Aproveitando a faísca sentimental
Que ainda queimava em meu peito.
Contudo, o sol veio anunciando a manhã
E como um bom servo, vesti a couraça...
Despi-me dos sentimentos que ainda fumegavam
E segui meu rumo com minha tropa! 

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