sábado, 14 de setembro de 2013

O tragar do relógio, e as falas dos cães que se arrependeram tarde de mais




Ao som de Minority, Bill Evans

A cada trago vertido
Sinto que o relógio da vida
Crava uma hora a menos.
Saboreio, face a face, a despedida.

E me engraço com moças desnudas
Sem temer o, egoísta, arrependimento.
Guardo o amor de mil putas putas,
Por saborear mil, inesquecíveis, momentos.

Guarde para si suas piegas piedades.
E não me rotule “coitado”, quando chegar o fim.
Sou um réprobo colecionador de maldades
Um infinito, que mesmo morto, não terá fim.

Meus curtos momentos foram vividos a mil,
Nada que entenda você, que vive contando dias
Num calendário que usurpa tudo de viril
Que existe na cripta que chamas de vida.

Passaste por aqui, e da sua sombra já me esqueci.
Desafio-lhe a entender o que sou e depois despir-se de mim.

As horas se vão num ritmo que já não acompanho,
Desculpa mas já vou viver um outro tanto ali,
Bem longe da face do seu espanto

Que vela, o desejo, de liberdade que encontras em mim.

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